A anamnese é a última etapa da avaliação psicopedagógica e pode acontecer por volta da 5ª a 9ª sessão, isso vai depender da sua estratégia escolhida para avaliar o paciente. 

A anamnese é uma entrevista realizada com os pais ou responsáveis do paciente e tem como objetivo resgatar a história da vida do sujeito e colher dados importantes que possam esclarecer fatos observados durante o diagnóstico, bem como saber que oportunidades este sujeito vivenciou como estímulo a novas aprendizagens (Manual Prático do Diagnóstico Psicopedagógico Clínico, pág. 143). 

Essa é uma importante etapa pois é a anamnese que nos dará a visão familiar sobre o paciente e também onde obteremos informações importantes sobre seu passado e presente e seu contexto de vida. 

A entrevista deve acontecer de forma natural e acolhedora. Nessa etapa eu sempre tenho um chá, um café e uns biscoitinhos para oferecer. No modelo online, eu digo que é um chá da tarde, onde bateremos um grande papo sobre o paciente. As perguntas devem ser conduzidas com muito carinho, para que não fique parecendo um interrogatório. Anote ou grave toda a conversa. Não  perca nenhum detalhe. 

Na ananmnese psicopedagógica buscamos informações sobre o desenvolvimento geral da criança. Quando e como ocorreu o controle dos esfincteres, quando começou a falar, como era o sono, como se desenvolveu o processo de autonomia, se os pais lhe incentivavam a realizar atividades sozinha, tais como: vestir-se, tomar banho, se limpar, recolher seus brinquedos, ou se faziam por ela ou ainda se continuam fazendo. A história clínica também é importante: quais doenças já teve, se precisou de internação, quanto tempo, se houve sequelas, entre outros. 

A história escolar é outro fator que conta muito e que também é super importante: quando começou a frequentar a escola, como foi sua adaptação, se teve facilidade ou dificuldade em fazer amigos, se houve trocas de escolas, enfim, todos os aspectos relacionados a aprendizagem. 

Lista do que investigar

  • Se há consciência da família em relação às dificuldades da criança.
  • Se há doenças na infância que paralisaram a criança em um determinado momento, estagnando sua aprendizagem. 
  • Se houve superproteção por parte da família impedindo o crescimento desta criança. 
  • Se a família auxilia o desenvolvimento da autonomia deste sujeito. 
  • Se são pais muito autoritários, causando medo na criança de se mostrar, se expor, tendo medo de ser castrada em suas opiniões.
  • Se a família participa das descobertas da criança, se incentiva estas descobertas. 
  • Se há estímulos em casa relacionados à aprendizagem.
  • Se, nesta família circula afetividade ou se só há cobranças. 
  • Se os limites são impostos e como são colocados. 
  • Qual a forma de punição dada por esta família.

Na entrevista, o psicopedagogo deve deixar os pais a vontade para falar o que quiserem, no entanto é interessante ter um roteiro para guiá-los sempre que necessário.  Lembre-se de não transformar a anamnese em algo automatizado. 


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Juliana Palma

Pedagoga e Ma em Educação. Especializada em Psicopedagogia, Neuropsicopedagogia, Análise do Comportamento, Terapia Aba e Altas Habilidades. Acadêmica do curso de Nutrição na Universidade Estácio de Sá. "Descobri o TDAH aos 33 anos e hoje me dedico a ajudar outros adultos na avaliação e na intervenção do transtorno." Atendo de forma online, crianças, adolescentes, adultos e idosos do mundo todo, que buscam superar as dificuldades de aprendizagem nos estudos ou em sua carreira.

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