Provavelmente você já se perguntou: “o que aconteceu com as crianças de hoje em dia?”. Você pode ter a impressão que elas estão mais cheias de vontades e opiniões, e isso entra em choque com a forma que você foi criado e aprendeu a acreditar: que criança não tem que querer. E você não entende: “como foi que tudo chegou a esse ponto?”.

Bom, eu pretendo escrever de forma bem simples, clara e objetiva, de modo que a leitura não fique cansativa:

O QUE MUDOU?

  • A mulher não é mais um modelo de submissão

Reparem que antes, as mulheres obedeciam qualquer ordem dada pelo esposo e isso era culturalmente aceitável. Algumas apanhavam e não pediam ajuda, pois acreditavam que mereciam aquilo. As que tentavam sair de um relacionamento abusivo eram envergonhadas e humilhadas por outras pessoas, que diziam que aquilo só acontecia porque ela merecia, porque ela não se comportava bem e porque o marido sabia o que era melhor para ela e estava apenas a educando para que aprendesse a ser uma esposa melhor.

Alguma semelhança com a educação dos nossos filhos? Resumindo: pouco se questionava a decisão do homem.

“Quando o homem perdeu o controle sobre a mulher, ambos perderam o controle sobre as crianças.” Rudolf Dreikurs.

O que isso quer dizer é que quando a mulher decidiu se libertar e o homem aceitou, isso abriu as portas para que todos enxergassem que merecem  ser respeitados e ter sua dignidade respeitada também. Significa que a mulher deixou de ser um modelo de submissão, o que é um progresso. Afinal, grande parte dos bons e velhos tempos, na verdade, não era tão boa assim.
  • As crianças têm menos oportunidade de aprender responsabilidade e motivação

Outra grande mudança na sociedade moderna é que o ritmo das famílias mudou. Pais trabalham mais tempo e as crianças têm menos tempo com os pais. Além disso, com a falta de segurança, as crianças passaram a brincar menos na rua e com isso não aprendem a desenvolver habilidades sociais de resolução de problemas e convivência. Além disso, outra mudança que ocorreu é que hoje tem sempre tem um adulto fazendo tudo por elas e para elas e isso tira a oportunidade de desenvolverem a confiança em sua capacidade de lidar com os altos e baixos da vida.

  • O mundo mudou e a educação também precisa mudar para acompanhar o ritmo das crianças.

Educar de forma punitiva já não funciona mais, simplesmente porque as crianças também querem o direito de ser respeitadas e ouvidas. Nossas crianças têm mais acesso a informações do que tivemos quando éramos crianças por isso é natural que elas sejam mais questionadoras. Além disso educar com punição não desenvolve habilidades de vida a longo prazo. Na verdade as punições tem efeitos opostos ao que desejamos. Por isso hoje educar de acordo com a filosofia da disciplina positiva tem sido cada vez mais disseminado pelo mundo.

Educar de forma positiva não inclui nenhuma culpa, vergonha ou dor (física ou emocional) como motivadores

No entanto, eliminar a punição não significa permitir que a criança faça o que quer.  A Disciplina Positiva não acredita em punições e recompensas porque ao longo da criação da humanidade esses métodos vêm sendo aplicados e cada vez mais temos adultos descompensados.  Além disso, pesquisas têm mostrado que crianças que experimentam uma grande quantidade de punições tornam-se rebeldes ou temerosamente submissas.

Igualdade não significa o mesmo

Toda criança merece ser tratada com dignidade e respeito, porém um adulto é responsável por assegurar a segurança e o bem-estar da criança. Quatro moedas de 25 centavos são diferentes de 1 moeda de 1 real, embora tenham o mesmo valor. Sendo assim quero dizer, que obviamente as crianças não têm os mesmo direitos e nem os mesmos deveres de quem tem mais experiência de vida e sabedoria, por isso a liderança e a orientação às crianças ainda é papel fundamental do adulto.

O foco da Educação Positiva é ajudar a criança a atingir resultados positivos a longo prazo, bem como responsabilidade e cooperação de imediato.

Cinco habilidades que a Disciplina Positiva desenvolve nas crianças

  • Ajuda as crianças a desenvolver um senso de aceitação e importância.
  • Ajuda as crianças a desenvolver altos níveis de empatia.
  • Ensina a criança a aprender com os erros
  • Ensina habilidades sociais e de vida valiosas para a formação de um bom caráter.
  • Convida as crianças a descobrir o quanto são capazes

A disciplina positiva não defende a rigidez, nem a permissividade e nem as recompensas.

Em vez disso, ela acredita em uma educação equilibrada baseada na filosofia de Alfred Adler, que defendia a igualdade para todas as pessoas, todas as raças, mulheres e crianças, muito antes disso tudo se tornar popular.

Está disposto a tentar uma nova forma de educar?


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Juliana Palma

Pedagoga e Ma em Educação. Especializada em Psicopedagogia, Neuropsicopedagogia, Análise do Comportamento, Terapia Aba e Altas Habilidades. Acadêmica do curso de Nutrição na Universidade Estácio de Sá. "Descobri o TDAH aos 33 anos e hoje me dedico a ajudar outros adultos na avaliação e na intervenção do transtorno." Atendo de forma online, crianças, adolescentes, adultos e idosos do mundo todo, que buscam superar as dificuldades de aprendizagem nos estudos ou em sua carreira.

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