Quando lançamos um novo olhar para o mau comportamento, os resultados podem ser encorajadores para crianças e adultos.
Se olhar de perto, você verá que o mau comportamento nada mais é que falta de conhecimento e até de consciência, ou seja, é uma ausência de habilidades eficazes e comportamentos adequados do ponto de vista do desenvolvimento da criança e até do adolescente, desencorajamento, ou até mesmo uma questão que nos convida a acessar nosso cérebro primitivo, para o qual a única opção é disputa por poder, desistência e comunicação ineficaz.
Na maioria das vezes as crianças estão apenas agindo como crianças e não se comportando mal. Muitos pais e professores não conhecem o suficiente sobre comportamento infantil e por esse motivo trata comportamento adequados à idade como mau comportamento.
Quanto mais entendermos de comportamento – o nosso e o das crianças – , mais eficazes seremos como pais e professores.
Para Dreikurs, uma criança que se comporta mal, é uma criança desencorajada.
As vezes o que interpretamos como mal comportamento é na verdade o modo que a criança tem de protestar contra a falta de conexão emocional com os pais. Já parou para pensar nisso?
As crianças nascem com um anseio pelo apego seguro, nascem com a necessidade de se conectar. ou seja, As crianças precisam de carinho.
Até um tempo atrás bebês prematuros eram deixados em incubadoras, separados da mãe. E apesar desses bebês receberem cuidados médicos, alimentos, oxigênio e calor, eles tinham problemas de desenvolvimento e demoravam a receber alta para ir pra casa.
Um dia, alguém se fez a pergunta: e se as mães ficassem perto desses bebês oferecendo carinho e amor? E para surpresa de todos, a mudança no desenvolvimento dos bebês prematuros foram drásticas: Os bebês subitamente cresciam, tinham mais saúde e iam para casa em menos tempo. Hoje se conhece uma explicação pra isso: o cérebro possui um sistema especializado em detectar carícias e interpretam a falta de toques e carinhos como ausência. Os cérebros dos primeiros bebês, que eram isolados da presença das mães, acionaram uma resposta a falta de afeto e entravam no modo sobrevivência liberando mais cortisol do que o normal, em consequência disso,
O cortisol, por sua vez, inibia o crescimento e desenvolvimento saudável desses bebês.
Estudo mais recentes, realizados pela hospital infantil do texas mostram que o cérebro de uma criança criada em um lar de amor, estabelece mais conexões neurais e consequentemente aprendem e se desenvolvem melhor do que uma criança negligenciada.
O fato é que nosso cérebro é social e afetivo, somos programados para estabelecer relacionamentos seguros.Lembram que eu falei do nosso cérebro mamífero? Então ele é o responsável por nossa necessidade de se relacionar, socializar e sentirmo-nos aceitos e importantes para as pessoas.
O contato físico faz o nosso cérebro relaxar e liberar ocitocina, o que chamamos de hormônio do amor. A ocitocina promove a formação de vínculos afetivos entre pais e filhos e também entre adultos no geral.
A ocitocina nos deixa apegados a quem nos dá carinho e aumenta a confiança nessa pessoa.
Acariciar seus filhos e oferecer atenção aumentam as chances da criança se sentir felizes e crescerem mais saudaveis e como consequência disso, terem um comportamento melhor. Uma vez que crianças amadas não sentem necessidade de chamar a atenção em momentos inoportunos.
Mas vale ressaltar que mesmo que você ame seus filhos, e não estou questionando seu amor por eles, você deve se perguntar: Será que meus filhos sabem que são amados?
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*As referências para escrever esse artigo foram retiradas do Livro Disciplina Positiva, 3a Edição – Jane Nelsen; O cérebro da criança – Daniel Siegel; Por que guardar segredo é difícil? – Suzana Herculano-Houzel
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