Uma dieta de TDAH funciona? Sim, seguir um plano nutricional de TDAH rico em proteínas e vitaminas pode ajudar a controlar os sintomas do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. Mas, apenas se você evitar açúcar, sabores artificiais e alérgenos comuns. Aqui está o que comer e o que evitar.
Por Editores ADDitudeVerificado. Revisado clinicamente pelo Painel de Revisão Médica do TDAH da ADDitudeAtualizado em 8 de fevereiro de 2023. Tradução livre e adaptação à língua Portuguesa, por Juliana Palma.
Deficiências em certos tipos de alimentos podem piorar os sintomas do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) em crianças e adultos. A boa notícia: uma dieta com TDAH que apresenta níveis adequados dos alimentos certos realmente otimiza a função cerebral. Abaixo você tem uma lista do que comer para melhorar sua qualidade de vida, se você ou seu filho tem TDAH.
Proteína melhoram a Função Cerebral
Alimentos ricos em proteínas – carne magra, carne de porco, aves, peixes, ovos, feijões, nozes, soja e laticínios com baixo teor de gordura – podem ter efeitos benéficos nos sintomas do TDAH . Alimentos ricos em proteínas são usados pelo corpo para produzir neurotransmissores, as substâncias químicas liberadas pelas células cerebrais para se comunicarem umas com as outras. A proteína pode prevenir picos de açúcar no sangue, que aumentam a hiperatividade e a impulsividade.
“Como o corpo produz neurotransmissores que despertam o cérebro quando você ingere proteína, comece o dia com um café da manhã que a inclua”, diz Laura Stevens, MS, nutricionista da Purdue University e autora de 12 maneiras eficazes de ajudar seu filho TDAH.“ Não pare por aí. Procure maneiras de incluir proteína magra durante o dia também.
Experimente: barras de proteína no meio da tarde.
Refeições balanceadas
Faye Berger Mitchell, uma nutricionista registrada de Bethesda, Maryland, tem uma filha de nove anos que recebeu um diagnóstico de TDAH há dois anos. Enquanto sua filha toma estimulantes para controlar seus sintomas de TDAH, Mitchell concluiu que apenas o medicamento não é suficiente. Ela percebe que, quando sua filha come uma dieta bem balanceada, incluindo vegetais, carboidratos complexos, frutas e muita proteína, seu comportamento tende a ficar mais consistentemente sob controle.
Ned Hallowell, MD, fundador do Hallowell Center for Cognitive and Emotional Health, em Sudbury, Massachusetts e na cidade de Nova York, aconselha todos os seus pacientes com TDAH a pensar em seus pratos ao preparar uma refeição. Metade do prato, ele recomenda, deve ser preenchido com legumes ou vegetais, um quarto com proteína e um quarto com carboidratos.
Hallowell também defende comer várias porções de grãos integrais, que são ricos em fibras, todos os dias para evitar que os níveis de açúcar no sangue subam e depois despenquem.
Vitaminas e minerais para complementar sua dieta com TDAH
“Muitas dietas são deficientes em vitaminas, minerais e gorduras essenciais que podem melhorar a atenção e o estado de alerta”, diz Richard Brown, MD, autor de How to Use Herbs, Nutrients, and Yoga in Mental Health Care . Ele sugere que crianças e adultos diagnosticados com TDAH sejam testados para deficiências nutricionais.
“Suplementos e dieta podem corrigir deficiências de nutrientes que exacerbam os sintomas de TDAH”, acrescenta Brown.
Zinco, ferro e magnésio em sua dieta de TDAH
O zinco regula o neurotransmissor dopamina e pode tornar o metilfenidato mais eficaz, melhorando a resposta do cérebro à dopamina. Baixos níveis desse mineral se correlacionam com desatenção. O ferro também é necessário para produzir dopamina. Um pequeno estudo 1 mostrou que os níveis de ferritina (uma medida dos estoques de ferro) eram baixos em 84% das crianças com TDAH, em comparação com 18% do grupo de controle. Baixos níveis de ferro se correlacionam com déficits cognitivos e TDAH grave. Como o zinco, o magnésio é usado para produzir neurotransmissores envolvidos na atenção e na concentração, e tem um efeito calmante no cérebro.
Todos os três minerais são encontrados em carnes magras, aves, frutos do mar, nozes, soja e cereais fortificados. Embora a dieta seja a maneira mais segura de aumentar os três níveis de minerais, um multivitamínico/multimineral com ferro garantirá que você ou seu filho recebam o valor diário de referência (DRV) desses minerais.
Vitaminas B em sua dieta de TDAH
Estudos sugerem que dar um suplemento a crianças com baixos níveis de vitaminas do complexo B melhorou algumas pontuações de QI (em 16 pontos) e reduziu a agressividade e o comportamento antissocial. “A vitamina B-6 parece aumentar os níveis de dopamina no cérebro, o que melhora o estado de alerta”, diz Brown.
Converse com seu médico sobre possíveis suplementações.
Multivitaminas em sua dieta de TDAH
Se seu filho é um comedor de fastfoods ou se tem restrições alimentares, ele provavelmente não está recebendo o valor diário recomendado de vitaminas e minerais. Um multivitamínico pode ajudar a suprir as vitaminas que seu corpo precisa.
Ácidos graxos ômega-3 em sua dieta de TDAH
Acredita-se que os ômega-3 sejam importantes no funcionamento das células cerebrais e nervosas. Um novo estudo 2 , conduzido na Universidade de Göteborg, na Suécia, concluiu que doses diárias de ômega-3 – encontrados em peixes gordurosos de água fria, como sardinha, atum e salmão – reduziram os sintomas de TDAH em 50%. O Dr. Sven Ostlund acompanhou um grupo de crianças com TDAH de 8 a 18 anos que tomavam óleo de peixe diariamente. Dentro de seis meses, houve uma diminuição perceptível nos sintomas de TDAH em 25% das crianças.
Outro estudo 3 mostrou que os ômega-3 tendem a se decompor mais facilmente nos corpos de pacientes com TDAH do que naqueles sem a condição. “As pessoas com TDAH que têm níveis baixos de ômega-3 no sangue apresentarão a maior melhora no foco mental e na função cognitiva”, diz Brown. “Às vezes a mudança é dramática.”
John Ratey, MD, professor clínico associado de psiquiatria na Harvard Medical School , recomenda que você escolha um suplemento que contenha mais EPA (ácido eicosapentaenóico) do que DHA (ácido docosahexaenóico). Você deve consultar seu médico para encontrar o melhor suplemento de ômega 3 para suas necessidades específicas.
Ginkgo e Ginseng em sua dieta de TDAH
“Essas ervas são ativadores cognitivos”, diz Brown. Eles agem como estimulantes, sem os efeitos colaterais da medicação para TDAH. Normalmente, adultos e crianças que tomam ginkgo e ginseng melhoram nas escalas de classificação de TDAH e são menos impulsivos e distraídos.
Consulte um nutricionista especializado em TDAH para fazer uma suplementação alimentar segura e correta.
Pycnogenol em sua dieta de TDAH
Um extrato feito de casca de pinheiro marítimo francês, picnogenol foi encontrado para melhorar a hiperatividade e aguçar a atenção, concentração e coordenação visual-motora em alunos após um mês, com base em medidas padronizadas e avaliações de professores e pais. A erva também é rica em polifenóis, antioxidantes que protegem as células cerebrais dos danos dos radicais livres. “O primeiro estudo duplo-cego 4 sobre a erva foi publicado em 2006, confirmando seu benefício”, diz Brown. “Ensaios randomizados maiores, porém, são necessários.”
Rhodiola Rosea em sua dieta de TDAH
Feito de uma planta de mesmo nome que cresce no Ártico, esta erva pode melhorar o estado de alerta, atenção e precisão. Pode ser muito estimulante para crianças pequenas e, ocasionalmente, é benéfico para crianças de 8 a 12 anos. É mais útil, diz Brown, para alunos do ensino fundamental, médio e universitário, que precisam concluir longos trabalhos e passar horas lendo.
Quais alimentos devem ser evitados com TDAH?
Alimentos e lanches com alto teor de açúcar
Vários estudos sugerem que algumas crianças com TDAH ficam “excitadas” com grandes quantidades de açúcar. Um estudo 5 concluiu que quanto mais açúcar as crianças hiperativas consumiam, mais destrutivas e inquietas elas se tornavam. Um estudo 6 realizado na Universidade de Yale indica que dietas com alto teor de açúcar aumentam a falta de atenção em algumas crianças.
Alguns itens comuns a serem evitados incluem bolachas recheadas, bolinhos do estilo bebezinho ou ana maria, bebidas lácteas como o toddynho ou sucos industrializados. Leia atentamente os rótulos dos alimentos, procurando os seguintes ingredientes (palavras de código para açúcar): adoçante de milho com alto teor de frutose, caldo de cana desidratado; dextrina; dextrose; maltodextrina; sacarose; melaço; e xarope de malte.
Corantes Artificiais e Conservantes
Estudos publicados em The Lancet 7 , Pediatrics 8 e The Journal of Pediatrics 9 sugerem que algumas crianças com TDAH são afetadas adversamente por aditivos alimentares. Um estudo recente 10 indica que corantes e sabores artificiais de alimentos, bem como o conservante benzoato de sódio, tornam algumas crianças sem TDAH hiperativas.
De acordo com estudos, glúten, trigo, milho e soja fazem com que algumas crianças percam o foco e se tornem mais hiperativas. Vincent Monastra, Ph.D., autor de Parenting Children with ADHD , sugere que todas as crianças sejam examinadas quanto a alergias alimentares antes de receberem prescrição de medicamentos para o TDAH. Converse com seu médico sobre testes de alergias.
1 Konofal, Eric, Michel Lecendreux, Isabelle Arnulf e Marie-Christine Mouren. “Deficiência de Ferro em Crianças com Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade.” Archives of Pediatrics & Adolescent Medicine , vol. 158, nº. 12, 2004, pp. 1113.
2 Johnson, M., S. Ostlund, G. Fransson, B. Kadesjo e C. Gillberg. “Ácidos graxos ômega-3/ômega-6 para transtorno de déficit de atenção e hiperatividade: um estudo randomizado controlado por placebo em crianças e adolescentes.” Jornal de Distúrbios de Atenção , vol. 12, não. 5, 2009, pp. 394-401.
3 Young, Genevieve e Julie Conquer. “Ácidos Graxos Ômega-3 e Distúrbios Neuropsiquiátricos.” Desenvolvimento Nutricional da Reprodução , vol. 45, não. 1, 2005, pp. 1–28., doi:10.1051/rnd:2005001.
4 Trebatická, Jana, Soňa Kopasová, Zuzana Hradečná, Kamil Činovský, Igor Škodáček, Ján Šuba, Jana Muchová, Ingrid Žitňanová, Iweta Waczulíková, Peter Rohdewald e Zdeňka Ďuračková. “Tratamento do TDAH com Extrato de Casca de Pinheiro Marítimo Francês, Pycnogenol®.” European Child & Adolescent Psychiatry , vol. 15, não. 6, 2006, pp. 329-35.
5 Prinz, Robert, et al. “Correlatos dietéticos do comportamento hiperativo em crianças.” Jornal de Consultoria e Psicologia Clínica , vol. 48, nº. 6, 1980, pp. 760–769.
6 Jones, TW, e outros. “Resposta adrenomedular aprimorada e maior suscetibilidade à neuroglicopenia: mecanismos subjacentes aos efeitos adversos da ingestão de açúcar em crianças saudáveis.” O Jornal de Pediatria , vol. 126, nº. 2, 1995, pp. 171–177.
7 McCann, Donna, et al. “Aditivos alimentares e comportamento hiperativo em crianças de 3 anos e 8/9 anos na comunidade: um estudo randomizado, duplo-cego e controlado por placebo.” The Lancet , vol. 370, nº. 9598, 2007, pp. 1560–1567., doi:10.1016/s0140-6736(07)61306-3.
8 Kaplan, Bonnie J., Jane Mcnicol, Richard A. Conte e HK Moghadam. “Ingestão geral de nutrientes de meninos pré-escolares hiperativos e normais”. Pediatria , vol. 17, não. 2, 1989, pp. 127-32.
9 Rowe, Katherine S. e Kenneth J. Rowe. “Corante Alimentar Sintético e Comportamento: Um Efeito Dose-Resposta em um Estudo Duplo-Cego, Controlado por Placebo e de Medidas Repetidas.” O Jornal de Pediatria , vol. 125, nº. 5, 1994, pp. 691-98.
10 McCann, Donna, e outros. “Aditivos alimentares e comportamento hiperativo em crianças de 3 anos e 8/9 anos na comunidade: um estudo randomizado, duplo-cego e controlado por placebo.” The Lancet , vol. 370, nº. 9598, 2007, pp. 1560–1567., doi:10.1016/s0140-6736(07)61306-3.
0 Comments