Gardner, é pioneiro nesse campo das inteligências múltiplas, compreendendo que as pessoas aprendem por métodos, estilos e ritmos diferentes.

Nas últimas três décadas, tem aumentado o número de psicólogos cognitivos e neurocientistas que reconheceram tudo isso. Pesquisadores produziram uma diversidade de esquemas para explicar a ideia direta de que as pessoas aprendem de maneira diferente umas das outras.

Entender sobre o funcionamento do cérebro aumenta nossa capacidade de aprender

E, apesar da certeza de que as pessoas aprendem de maneira diferente, persiste uma considerável incerteza sobre quais são essas diferenças. Quanto mais os neurocientistas nos ajudarem a entender esses mecanismos, maior será nossa capacidade de entender os mistérios do aprendizado dos seres humanos e o papel que nosso ambiente e experiências exercem nessa capacidade.

As escolas ainda estão focadas apenas no certo x errado

E continuam percebendo os alunos como iguais, como necessitados de absorver conhecimento e que valoriza fatores como a obediência, a disciplina e os planejamentos à experiências práticas, projetos e aprendizagem em comunidade.

Educadores do mundo todo já possuem essa informação e a seu modo vem nesses últimos anos tentando adequar a escola.

Os pais e os gestores escolares mantém a mentalidade fixa de que o ensino para o vestibular e competitividade é que vai fazer a criança se dar bem na vida. 

Juliana Palma

E enquanto os pais acreditarem nesse conto do vestibular, será isso que as escolas continuarão oferecendo. Quando falamos de escolas, principalmente do ensino privado, devemos nos lembrar que escolas são empresas, e como empresas, elas irão oferecer exatamente aquilo que o cliente quer.

Repensando a inteligência e nossa maneira de aprender

No passado, os acadêmicos reduziram a inteligência a um número, que consideraram unitário, e ao qual deram um nome – o quociente de inteligência, ou QI. Passaram, então, a comparar as pessoas no âmbito dos diferentes grupos de idade com base nesse dado. Algumas pesquisas, no entanto, indicam que a inteligência é muito mais ampla que isso, portanto esqueça essa forma de medir a inteligência. Afinal, somos muito mais que isso!

Um grande precursor disruptivo foi Howard Gardner apresentando sua teoria de inteligências múltiplas

O psicólogo de Harvard, Howard Gardner, é o pioneiro nesse campo das inteligências múltiplas. Gardner esboçou pela primeira vez a ideia de muitos tipos de inteligência no começo da década de 1980, quando lançou sua “teoria das inteligências múltiplas”.

A seguir, a maneira pela qual Gardner define a inteligência:

◆ A capacidade de resolver problemas que a pessoa enfrenta na vida real;

◆ A capacidade de gerar novos problemas a serem resolvidos;

◆ A capacidade de fazer alguma coisa ou oferecer um serviço que tenha valor no âmbito da cultura da pessoa.

Essa definição escapa dos estreitos domínios de um pontuação de QI. Gardner surgiu originalmente com sete inteligências distintas. Desde então agregou uma oitava inteligência a essa lista, e passou a estudar seriamente a possibilidade de acrescentar-lhe mais algumas.

As oito inteligências de Gardner

◆ Linguística: A capacidade de pensar em palavras e de usar a linguagem para dar expressão a significados complexos: Walt Whitman.

◆ Lógico-matemática: A capacidade de calcular, quantificar, elaborar proposições e hipóteses e realizar complexas operações matemáticas: Albert Einstein.

◆ Espacial: A capacidade de pensar em formas tridimensionais, de perceber imagens externas e internas, de recriar, transformar ou modificar imagens, de transportar a si mesmo e a objetos pelo espaço, de produzir ou decodificar informação gráfica: Frank Lloyd Wright.

◆ Corporal-cinestésica: A capacidade de manipular objetos e de refinar habilidades físicas: Michael Jordan.

◆ Musical: A capacidade de distinguir e criar movimento, melodia, ritmo e tom: Wolfgang Amadeus Mozart.

◆ Interpessoal: A capacidade de entender e interagir efetivamente com outros: Madre Teresa de Calcutá.

◆ Intrapessoal: A capacidade de construir uma autopercepção refinada e de usar este conhecimento no planejamento e determinação da própria vida: Sigmund Freud.

◆ Naturalista: A capacidade de observar padrões na natureza, identificar e classificar objetos e entender sistemas naturais e sistemas produzidos pelo homem: Rachel Carson.

Qual é a relação disso tudo com o ensino e a aprendizagem?

Sempre que uma abordagem educacional é bem alinhada com as mais fortes inteligências ou atitudes da pessoa, o entendimento em geral surge com mais facilidade e maior entusiasmo.

Em outras palavras, o aprendizado pode ser muito motivador. Além disso, essas diferenças em inteligências representam apenas uma dimensão da capacidade cognitiva.

Em cada tipo de inteligência podem existir diferentes preferências de aprendizado.

Alguns estudantes entendem mais facilmente por meios visuais. Outros precisam anotar um conceito antes de compreendê-lo, encená-lo, falar sobre ele e assim por diante.

Apesar de esta ideia ser polêmica, apenas para esclarecer a questão, a pessoa que aprende melhor visualmente em determinado tipo de inteligência – ao enxergar imagens ou ler textos – não necessariamente apresentará bom rendimento visual quando utilizar outro tipo de inteligência.

E, finalmente existe outra dimensão de diferença da qual ninguém discorda: as pessoas aprendem em ritmos diferentes – lento, médio, rápido e todas as variações entre eles.


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Juliana Palma

Pedagoga e Ma em Educação. Especializada em Psicopedagogia, Neuropsicopedagogia, Análise do Comportamento, Terapia Aba e Altas Habilidades. Acadêmica do curso de Nutrição na Universidade Estácio de Sá. "Descobri o TDAH aos 33 anos e hoje me dedico a ajudar outros adultos na avaliação e na intervenção do transtorno." Atendo de forma online, crianças, adolescentes, adultos e idosos do mundo todo, que buscam superar as dificuldades de aprendizagem nos estudos ou em sua carreira.

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